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Tancredo de Almeida Neves (São João del-Rei, 4 de março de 1910São Paulo, 21 de abril de 1985) foi um advogado, empresário e político brasileiro, tendo sido primeiro-ministro de 1961 a 1962, ministro da Justiça e Negócios Interiores de 1953 a 1954, ministro da Fazenda em 1962, e governador do estado de Minas Gerais de 1983 a 1984.

Bacharelou-se em Direito pela Universidade Federal de Minas Gerais, ingressando na política pelo Partido Progressista (PP), pelo qual foi eleito vereador em São João del-Rei em 1935, cargo que exerceu até 1937.

Já pelo Partido Social Democrático (PSD), elegeu-se deputado estadual (1947-1950) e deputado federal (1951-1953). Passou a atuar no ministério a partir de 25 de junho de 1953, exercendo os cargos de Ministro da Justiça e Negócios Interiores até o suicídio do presidente Getúlio Vargas.

Em 1954, foi eleito novamente deputado federal, cargo que ocupou por um ano. Foi diretor do Banco de Crédito Real de Minas Gerais (1955) e da Carteira de Redescontos do Banco do Brasil (1956-1958). De 1958 a 1960, assumiu a Secretaria de Finanças do Estado de Minas Gerais.

Foi nomeado primeiro-ministro com a instauração do regime parlamentarista, logo após a renúncia do presidente Jânio Quadros. Ocupou o cargo de 1961 a 1962. No ano seguinte, voltou a ser eleito deputado federal.

Foi um dos líderes do Movimento Democrático Brasileiro (MDB), partido criado em 27 de outubro de 1965, a partir do AI-2, que decretou a extinção de todos os partidos políticos até então existentes e instituiu o bipartidarismo. Foi reeleito deputado federal seguidas vezes entre 1963 e 1979.

Após a volta do pluripartidarismo, Tancredo foi senador pelo MDB em 1978 e fundou o Partido Popular (PP), partido pelo qual continuou exercendo o mandato até 1982. No ano seguinte, ingressou no Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB) e foi eleito governador de Minas Gerais (1983-1984).

Neste período político, houve grande agitação política em prol do movimento Diretas Já, numa ação popular que mobilizou os jovens e pregava as eleições diretas para presidente. Porém, com a derrota da emenda Dante de Oliveira, que instituía as eleições diretas para presidente da República em 1984, Tancredo foi o nome escolhido para representar uma coligação de partidos de oposição reunidos na Aliança Democrática.

Em 1984, Tancredo aceitou o desafio de se candidatar à Presidência da República, com o apoio de Ulysses Guimarães. Em 15 de janeiro de 1985 foi eleito presidente do Brasil pelo voto indireto de um colégio eleitoral, mas adoeceu gravemente, em 14 de março do mesmo ano, véspera da posse, morrendo 39 dias depois, sem ter sido empossado, tendo sido vítima, oficialmente, de diverticulite. A 27 de Março desse ano foi ainda agraciado com a Grã-Cruz da Ordem Militar da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito.

Apesar de ter falecido antes de ser empossado, pela lei nº 7.465, promulgada no primeiro aniversário de sua morte, seu nome deve figurar em todas as galerias de presidentes do Brasil. Tancredo foi o último mineiro a ser eleito presidente do Brasil no século XX, tendo o próximo presidente brasileiro natural de Minas Gerais, Dilma Rousseff, sido eleita somente em 2010.

Foi casado com Risoleta Guimarães Tolentino, com quem teve três filhos. Recebeu o título de Doutor Honoris Causa pela Universidade de Coimbra. Era chamado por seus próximos por "Doutor Tancredo".

É avô de Aécio Neves, governador do estado de Minas Gerais entre 2003 e 2010, e atual Senador da República.

Tancredo Neves foi um dos mais importantes políticos brasileiros do século XX, e um dos maiores estadistas da história do país.

Em julho de 2012, foi eleito um dos "100 maiores brasileiros de todos os tempos" em concurso realizado pelo SBT com a BBC de Londres.

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